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Prefeitura de SP pode virar sócia de Maluf na Eucatex, diz promotor

Família Maluf queria pagar US$ 33 milhões em 15 anos, mas Ministério Público e prefeitura não aceitaram. Agora, vai apresentar outro plano para fazer o pagamento a que foi condenada pela Justiça.

Condenado a sete anos e nove meses de prisão por lavagem de dinheiro, o deputado Paulo Maluf (PP-SP) deverá ter de desembolsar US$ 33 milhões (cerca de R$ 105 milhões) em ações da Eucatex, empresa controlada por sua família, para pagar uma dívida judicial com a Prefeitura de São Paulo.

A dívida é fruto de dinheiro desviado por Maluf quando prefeito da capital para a ilha de Jersey e, em parte, convertido em ações da empresa com fundos estrangeiros, segundo o Ministério Público de São Paulo.

"Ou a empresa paga esse dinheiro ou a prefeitura fica com as ações e vai se tornar sócia da família Maluf na Eucatex. Estimamos que esse pagamento ocorra em menos de um ano", avalia o promotor Silvio Marques, uma das partes que aciona a família Maluf pelo pagamento.

No mês passado, a família Maluf apresentou uma proposta para pagar os US$ 33 milhões em 15 anos, o que foi rejeitado tanto pela prefeitura quanto pelo Ministério Público. "Eles [os Maluf] só poderiam estar de brincadeira. Ouviram cobras e lagartos. A prefeitura está com a faca, o queijo e a goiabada na mão para receber esse dinheiro. É uma decisão judicial", disse Silvio Marques.

Maluf foi condenado este ano por lavagem de dinheiro, 11 anos depois de denunciado pelo Ministério Público, mas não teve prisão decretada. O STF (Supremo Tribunal Federal) determinou a cassação de seu mandato, mas isso ainda não ocorreu porque há recursos da defesa em julgamento.

No entanto, o promotor Silvio Marques, que investiga a gestão Maluf na prefeitura (1993-1996) disse acreditar que essa condenação será "devastadora" para a família Maluf no que diz respeito aos processos da área civil, que cobram o ressarcimento do dinheiro público.

Há dois grandes processos que correm na 4ª Vara da Fazenda Pública de São Paulo. Um envolve rombos de US$ 1,7 bilhão, e outro, de US$ 166 milhões. São relativos a desvios em obras públicas como o túnel Ayrton Senna.

A defesa da família Maluf não se manifestou sobre o assunto, afirmando que o acordo corre sob sigilo. A Eucatex ainda não se manifestou.


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