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Atlas da Violência, usado por Bolsonaro, diz que armar a população aumenta taxa de homicídios

Apesar da conclusão do estudo, dados do Atlas são usados em novo decreto de Bolsonaro como um dos critérios para liberação de posse de armas para a população.

Ao editar novo decreto para a posse de armas, o presidente, Jair Bolsonaro, usou dados do Atlas da Violência para estipular um dos critérios de obtenção de armamentos.

O estudo, no entanto, mostra que o acesso de armas pelos cidadãos foi um dos responsáveis pelo crescimento no número de homicídios no país.

De acordo com o decreto, será liberada a posse de armas para quem viver em região com mais de 10 homicídios para cada 100 mil habitantes, com base nos dados de 2016 do Atlas.

Na prática, a regra significa uma liberação ampla, uma vez que nenhuma unidade da federação registrou um número inferior a 10 homicídios por 100 mil habitantes em 2016. O local com menor índice foi São Paulo, com 10,9 e o maior, Sergipe, com 64,7.

O mesmo Atlas, no entanto, apresenta algumas conclusões sobre as armas de fogo no país, e diz que, não fosse o estatuto do desarmamento de 2003, nos últimos anos haveria um incremento de 12% no número de homicídios.

O estudo diz que na década de 1980, com a transição de uma sociedade majoritariamente rural para urbana, o poder público não conseguiu oferecer segurança adequada para a população, que promoveu uma corrida armamentista.

“Nesse contexto, a população angustiada e insegura com esse cenário procurou se defender pelos seus próprios meios, quando passou a adquirir gradativamente serviços de segurança privada e armas de fogo. Começa aí, em meados dos anos 1980, uma verdadeira corrida armamentista no país só interrompida em 2003, por conta do Estatuto do Desarmamento”.

O Atlas diz ainda que a difusão de armas de fogo “jogou mais lenha na fogueira da violência letal”, mostrando que enquanto o número de assassinatos por armas de fogo cresceu nas últimas três décadas, ele se manteve estável desde os anos 1990 por outros meios.

“Um ponto importante é que o Estatuto do Desarmamento, ainda que não seja uma panaceia para todos os problemas de violência letal, interrompeu a corrida armamentista no país que estava impulsionando as mortes violentas”.


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